5 perguntas para Almandrade

Conhecemos Almandrade em 2015 e desde então uma longa jornada para reinterpretar seu trabalho para o nosso suporte para vestir. Como vestir a poesia? Como passar pela roupa os símbolos que a poesia visual apresenta? E o mais importante, como apresentar um artista com uma sólida carreira no campo das artes visuais A solução encontrada para esta primeira série foi mesclar o trabalho do início da carreira de Almandrade com as obras mais atuais. Desta maneira, o público se familiariza com suas poesias semióticas da década de 1970 e as pinturas da década de 2010.

Almandrade - foto ao lado de obra da Bienal

Almandrade em foto de Mario Cravo Neto - 1987 (Ao lado de trabalho para a Bienal de São Paulo)  

 

Leia abaixo nossas 5 perguntas para Almandrade:

 

Quando/Como/Onde você iniciou a sua carreira artística? Nos primeiros anos, quem foi sua principal referência? Quem lhe inspirou?

 Iniciei meu percurso em Salvador, entre 1971 e 1972, era estudante de colégio do “Colégio Central”. Comecei com poesia, depois cheguei aos primeiros ensaios de pintura figurativa, descobri a Poesia Concreta, Poema / Processo. Entrei na escola de arquitetura. Concretismo, Neo-concretismo, Arte Conceitual. A partir dessas referências defini uma trajetória, entre diversos suportes: poesia, poesia visual, desenho, escultura, objeto, pintura, instalação, dentro de um mesmo princípio. 

 

Almandrade - rótulo pra garrafa de cerveja - 1979

Rótulo pra garrafa de cerveja - 1979

 

Suas obras possuem dimensões estéticas de uma obra de arte ‘tradicional’ (canvas amplo, quadrado ou retângulo com as obras posicionadas sobre a área). Além disso você expõe com frequência em galerias de arte, como a Baró em São Paulo. Você acredita que há um limite entre a poesia visual e uma obra de arte ou as duas estão intrinsecamente conectadas?

Atualmente os limites foram suspensos. A poesia visual é do domínio das artes visuais sem perder a herança literária.

 

exposição caixa cultural 2001 Almandrade
Exposição de Almandrade na Caixa Cultural 2009 em Salvador - BA

 

Na sua visão como pioneiro e alto representante da poesia visual no Brasil e no mundo, como você enxerga o ‘status’ stual da poesia visual contemporânea? 

Nos últimos anos a poesia visual brasileira vem ganhado destaque no mercado de arte, e vem se incorporando em acervos de museus importantes e de colecionadores particulares. As galerias de arte têm realizado com certa freqüência exposições de poesia visual. Até alguns anos atrás a poesia visual circulava em publicações e espaços alternativos ao lado da Arte Postal, hoje ela ocupa um lugar de destaque na arte contemporânea, como também a arte Postal. 

 

Revista "Arte em São Paulo" 1982

 

Quem são seus poetas contemporâneos (visuais ou não) favoritos?

Meus poetas favoritos, são os que considero para a minha formação, entre eles: Lautréamont, Rainer Maria Rilke, Oswald Andrade, Arthur Rimbaud, Konstantínos Kaváfis, João Cabral de Mello Neto, Fernando Pessoa, E. E. Cummings, Stephane Mallarmé, Jorge Luis Borges, Décio Pignatari, Wlademir Dias-Pino, Augusto de Campos, Joan Brossa ...

 

Revista Literária A Cigarra – ano 16 – n° 33 – agosto de 1998 – pág.7 – ALMANDRADE
Revista Literária A Cigarra – ano 16 – n° 33 – agosto de 1998 – pág.7 – ALMANDRADE
 
Matéria na Revista Arte em São Paulo - 1982
Revista "Arte em São Paulo" 1982
 
escultura pública 2014 - campus da UFBA Salvador.
Escultura Pública 2014 - campus da UFBA Salvador

 

A PhD trabalhou diretamente contigo no processo de aplicar a sua obra nos nossos suportes. Como foi para ti reinterpretar seu trabalho no suporte para vestir?

Um trabalho em outro suporte é sempre uma surpresa. Gostei de ver meus trabalhos na vestimenta, é uma forma de enfrentar os seus significados, explicitando outras leituras que enriquecem a arte e o espectador. A roupa não só protege é um suporte de informação. Valeu a idéia.

 

 

Vestido Balloon "SOL" - feito a partir de ideogramas do livro de artista de mesmo título de Almandrade. Veja mais na página do produto

 

 

Maiô "Um Ensaio sobre a Pintura" de Almandrade (2009).

Conheça mais sobre  esta peça aqui.

 

Lenço "A Obra e o Sentido" de Almandrade. Para criar este lenço-bandeira, nós invertemos as cores da obra. A original possui o fundo branco. 

 

 

 

Fotos enviadas pelo próprio Almandrade ou retiradas da página do Facebook do artista. 

 

Mais Posts do Mesmo Tema

Comente